segunda-feira, 5 de novembro de 2007

É fogo!



Calma, gente. Desta vez, não fui cobrir nenhum incêndio. Se fosse, seria mais um motivo para o pessoal pegar no meu pé. Dizem por aí que, desde que estreei meu blog, minhas pautas têm sido trágicas demais. Mas fique tranqüilo, desta vez. As labaredas que você vê na imagem são de um exercício de treinamento do Corpo de Bombeiros, realizado em Tubarão. O objetivo da prova é fazer com que os bombeiros se dirijam até o centro das labaredas (como se estivessem entrando em um prédio em chamas) para extinguir o fogo no menor tempo, com o mínimo de danos possíveis ao patrimônio e às vítimas. A temperatura lá dentro chega aos 500 (!) graus centígrados. Quis chegar mais perto do fogo para gravar o boletim de passagem. Fui autorizado, mas, para evitar riscos, tive que vestir aquela roupa especial da corporação, como você observa na imagem abaixo. Não é que eu fiquei bem de bombeiro?




quarta-feira, 31 de outubro de 2007

WCT sem ondas


Frames de imagem do cinegrafista Fabricio Felipe


Jornalismo tem dessas coisas. Viajamos uma hora até Imbituba para cobrir o início das provas do WCT no Brasil e... não houve competição. Por falta de ondas, a disputa foi adiada. A pauta furou, mas jornalista que se preza não pode deixar a peteca cair e jamais volta à redação de mãos vazias. Executei a matéria mesmo assim, falando sobre a expectativa do público, ouvi comerciantes que aproveitam o evento para aumentar os lucros e mostrei as mudanças que acontecem no ritmo da cidade por causa da competição. O cenário era encantador. A água estava límpida e convidativa, mas trabalho é trabalho. Guardo aquela paisagem maravilhosa na memória e deixo o mergulho para a próxima oportunidade. Numa visita à paisana (sem câmera e microfone), talvez...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Triste segunda-feira

Frame de imagem do cinegrafista Ian Clive Kerr Coelho

Infelizmente, a semana começou com mais um acidente grave em Tubarão. Um caminhão, carregado de pedras, tombou na pista. Um motoqueiro foi atingido na cabeça por uma das rochas, sofreu traumatismo craniano e está internado na UTI do hospital.
Pelo menos dessa vez, não testemunhei a tragédia pessoalmente. Como o acidente aconteceu perto do meio-dia, a pauta foi executada pelo jornalista Guilherme Corrêa, que trabalha na redação pela manhã. Devido ao adiantado da hora, o Câmera Aberta 1ª edição exibiu uma nota coberta sobre o fato. Ficou sob minha responsabilidade a produção do texto e a edição da matéria completa, exibida no telejornal da noite. Guilherme e o cinegrafista foram guerreiros: o motorista do caminhão não parou para dar entrevista, mas, mesmo assim, o depoimento foi gravado enquanto o homem se dirigia ao carro da polícia. Após a sonora exclusiva, o caminhoneiro foi levado à delegacia para prestar esclarecimentos.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Mãozinha amiga

Frame de imagem do cinegrafista Fabricio Felipe
O cinegrafista Fabricio Felipe e eu fomos a primeira equipe de televisão a chegar ao local do acidente, em Gravatal. O jornalista Sérgio Guimarães, da TVBV, foi o segundo. Mas ele estava como "abelhinha" (gíria jornalística usada quando o profissional atua como repórter e câmera ao mesmo tempo). Na correria, o cinegrafista dele havia ficado na emissora, editando um outro material. Serginho gravava as imagens e apurava as informações sozinho. Só precisou de uma ajudinha na hora de gravar a sonora. Fabricio deu zoom na imagem para disfarçar, mas é possível perceber que apenas uma mão (a minha) segura os dois microfones.
Esse é um fato muito bacana no jornalismo da nossa região. A concorrência existe, mas fica restrita à administração dos veículos. Entre os funcionários, o clima é de muito respeito. E como ficou provado na imagem, na hora da necessidade, ninguém nega ao colega uma mão amiga.

Acidente em Gravatal



Frames de imagem do cinegrafista Fabricio Felipe

Quando estou a trabalho, não costumo me impressionar com cenas fortes. Mas depois que a adrenalina jornalística vai embora, ao chegar em casa, é impossível não relembrar as imagens que presencio. Algumas, horríveis de mais, não foram (nem poderiam) ir ao ar na TV.
Foi um dos acidentes mais sérios que eu já cobri. Não pelo número de mortos e feridos - 2 e 3, respectivamente - mas pela gravidade da batida. No choque entre o caminhão e a carreta, na SC-438, em Gravatal, vítimas ficaram presas nas ferragens, dando muito trabalho para os bombeiros. A provável causa do acidente foi a mais estúpida possível: testemunhas disseram que havia urubus na rodovia. Eles atrapalharam a visão do motorista da carreta, que perdeu o controle do veículo e bateu de frente com o caminhão de uma empresa de móveis. Dois funcionários estavam dentro do baú do caminhão e ficaram presos sob a mobília.
Vai ser um dia difícil de tirar da memória. Vi mais sangue e tristeza do que gostaria.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Cegueira política

Frame de imagem do cinegrafista Ronie Boaventura

A mulher da foto preferiu não mostrar o rosto para evitar represálias. A moradora de Capivari de Baixo, resolveu denunciar um descaso do poder público daquele município. Os pacientes carentes, que precisam fazer cirurgias oftalmológicas, estão sem atendimento porque a prefeitura atrasou os salários do único médico que realizava esse tipo de procedimento pelo SUS. Sem receber há mais de dois meses, o oftalmologista resolveu cruzar os braços enquanto o dinheiro não chega.
A denunciante resolveu vir a público porque enfrenta uma espera angustiante dentro da própria casa. Se o marido não passar por uma operação com urgência, corre o risco de ficar cego. Nossa equipe procurou o secretário de saúde, mas ele disse que a culpa é do Setor de Finanças, que não teria pago o médico. Já o Departamento Financeiro alega que a culpada é a Secretaria de Saúde, que não enviara as notas fiscais das consultas realizadas nos últimos meses.
Enquanto um homem corre o risco de perder a visão, nossos políticos cegos se preocupam em fazer o famoso "jogo-de-empurra". Adivinha quem sofre com essa brincadeira?

domingo, 21 de outubro de 2007

Hoje é dia de Albertina

Frame de imagem do cinegrafista Ronie Boaventura

Não houve assunto mais falado na cidade nesse fim-de-semana. A beatificação de Albertina, a menina de Imaruí, foi discussão em todas as rodas de conversa da diocese e motivo de ansiedade por parte dos fiéis que aguardavam a chegada do grande dia. Segundo a Polícia Militar, mais de 12 mil pessoas vieram a Tubarão para assistir à cerimônia. Fiéis de diversas localidades, inclusive de outros estados brasileiros, enfrentaram um calor que ultrapassou os 30 graus para presenciar o momento em que a igreja oficializou a catarinense como a primeira beata genuinamente brasileira. Se os devotos, usando roupas leves e protegidos por sombrinhas e guarda-sóis, sofreram e reclamaram da alta temperatura, imagine nós jornalistas que fizemos a cobertura. Vestidos com nosso uniforme de guerra (terno e gravata), atravessamos diversas vezes a multidão executando as pautas, procurando personagens. Não foi um dia fácil. Além de produzir os VTs que serão exibidos na segunda-feira, em nossos telejornais, ainda gravamos boletins que foram ao ar durante a programação da emissora, ainda no sábado. Além do clima infernal, havia um razão ainda maior para o stress e o cansaço: esse já é o terceiro (para alguns funcionários o quarto) fim-de-semana consecutivo que estamos de plantão. Uma sucessão de eventos (aniversário da TV, Dia D promovido pela emissora, plantão convencional e beatificação) fizeram com que quase esquecêssemos qual o significado de um sábado ou domingo livres. Nessas horas, o jeito é pedir a bênção e o auxílio urgente de Albertina.